Internauta está angustiada com descontrole financeiro e diz ser tímida demais para renegociar dívidas
Antes de renegociar dívidas é aconselhável ter vários planos de pagamento em mente
Dúvida da internauta: De quatro anos para cá andei descontrolada. Gastava muito e ia pegando empréstimos sem parar, até que hoje as coisas ficaram muito difíceis de controlar. Sou tímida e não sei o que falar para renegociar minha dívida com o banco, de empréstimos no valor de 20 mil reais, mais cartão de crédito e cheque especial. Estou fora do eixo, não durmo mais de preocupação. Faço faculdade epago todas as minhas contas sozinha, além de ajudar em casa quando meus pais precisam. No início do mês já não tenho mais dinheiro. O que fazer?
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Resposta de Cássia d'Aquino:
O primeiro passo para ver sua vida financeira entrar nos trilhos é manter a calma. Reserve algum tempo para analisar friamente a situação. Faça uma lista de todas as dívidas que possui. Reúna os canhotos, faturas do cartão de crédito e comprovantes de outros tipos de dívidas (incluindo eventuais débitos com familiares ou amigos).
A partir dessa radiografia, esteja preparada para enfrentar a realidade: vencer as dívidas não é fácil. A despeito dos cortes nas despesas que deverão ser feitos, é possível que você vá precisar encontrar alguma fonte de renda suplementar que ajude a engordar os seus ganhos mensais. Além disso, não tenha receio em comunicar de maneira serena e clara sua situação financeira a seus pais. É preciso que eles compreendam e apoiem seu esforço para equacionar o problema.
Preparar-se com antecedência para negociar as dívidas aumentará suas chances de conseguir o deseja. Para que a negociação seja bem-sucedida, você não deve considerar apenas os seus próprios interesses. Concentre-se também em compreender o ponto de vista, as limitações e objetivos daqueles com os quais você irá negociar.
Para isso considere a hipótese de que o seu parceiro de negociação venha a discordar do plano de pagamento que você idealmente gostaria de propor. Para minimizar a chance de que esse desencontro paralise a negociação, imagine vários planos para quitação das dívidas. Em outras palavras, não basta ter um plano A. É preciso ter um B, C e, se possível, até um D para oferecer ao credor. Por fim, lembre-se que, embora possa ser tentador, prometer mais do se poderá cumprir é sempre uma péssima estratégia de negociação.
*Cássia D’Aquino é autora de diversos livros sobre educação financeira e consultora em projetos do Banco Central, Banco Nacional de Angola, BM&FBovespa, Febraban e United States Agency for International Development (USAID).
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